A vida que eu inventei escrevendo

DE QUANTAS MANEIRAS DIFERENTES PODE SE DEIXAR UMA PESSOA?

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 É oficial agora, cansei. Sabe aquele papo “se não apanha o meu coração não bate”? Pois bem, o meu bate e não precisa mais apanhar pra isso. Cansei de gastar todo meu bom gosto musical, toda minha literatura e todo o tempo que eu passo com a bunda colada naquela cadeira desconfortável da faculdade. Não vou gastar nada disso com você porque nem vale à pena. Não valia antes e agora muito menos. Porque quando se trata de seguir em frente você sempre dá um jeito de me segurar. Vez ou outra me joga uma âncora na cabeça e eu sempre fico. Foi com esse papinho de sempre fico que hoje eu vou embora de vez, bati o pé depois a porta e agora vou te ensinar que você foi essencial, do verbo não é mais.
 Agora vou lhe dar um aviso, não me venha tratando como ficada ou noitada, e digo mais, não sou nenhum time de futebol pra ser rebaixado. Se a sua mãe não teve paciência de te ensinar, eu vou lhe ensinar, é realmente com fogo que quer brincar? Então é bom saber que você irá se queimar.
 E agora eu te pergunto de quantas maneiras diferentes pode se deixar uma mesma pessoa? Resposta, você não vai estar comigo tempo suficiente pra ser uma pessoa na minha vida e quem dirá tempo suficiente para saber a resposta desta pergunta.
 Isso me fez lembrar aquela vez, anos atrás, no ensino médio que eu achei que você fosse namorar comigo. Achei de verdade, tudo era um sinal, seu jeito de falar, de rir, de me abraçar, mas só fiquei achando mesmo, porque depois você me apareceu com aquele namoradinho meia boca e eu acabei virando o amigo e nunca mais virei o namorado. Eu superei. Teve aquela vez também do ônibus, eu te via todos os dias, pegávamos o mesmo ônibus e eu podia jurar que você estava gostando de mim. Até que você também apareceu namorando e eu fiquei com muita raiva de você. E como se não bastasse, meses depois, eu não era mais o amigo e sim, acreditem, acabei virando o namorado. Foi até você quem pediu pra namorar comigo – e com mais uns doze se não me falha a memória. Eu achei que era pra valer, eu falei agora foi, teve pedido, agora vai, não tem erro – Mal sabia eu que erro foi achar isso. E um belo dia, você me aparece com meu mp5 pedindo pra que fossemos amigos. Ai eu perdi a paciência também, puta que pariu, desde quando se vira amigo da pessoa que se ama? Não houve no mundo palavrão que pudesse expressar tudo àquilo que eu estava sentido – E mais uma vez eu de namorado passei a ser o amigo, só pra variar um pouquinho. Dei meia volta e pensei bem assim “foda-se, sempre fui mais que tudo isso, não é a primeira vez e nem a terceira e provavelmente não será a última”.
 Parece até piada com a minha cara, mas é sempre o mesmo papelzinho miserável que faço, estou mais clichê que final de novela das 8, eu tenho certeza que existe alguém armando contra mim e quem sabe em alguma parte dessa novela eu vou ficar rico e perder tudo, mas no final eu vou aparecer numa casa grande, bem sucedido e cheio de filhos – Mas do jeito que está indo eu vou acabar numa casa pequena e cheia de gatos. De vilão a mocinho, até quando?
 Quero ver quem não vai me dar razão, quero ver quem vai ter a ousadia de se opor a mim. Essa revolução toda não começou agora não, já estava cozinhando a fogo baixo há muito tempo. Até porque sempre vale à pena tentar mais uma vez ou vinte, no final das contas o resultado é sempre o mesmo. Não existe antidepressivo no mundo que cura uma matemática mal feita ou o simples fato de sempre virar o amigo e nunca o namorado.  

  

1 comentários:

  1. Boa noite, parabéns pelo seu blog. Curti bastante os posts, ótimos textos.

    Passe também no meu, http://umrelicariodeideias.blogspot.com.br/ , e se curtir, comente e me siga!
    Até mais!

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