A vida que eu inventei escrevendo

ESPERO QUE VOCÊ ENCONTRE O SEU CAMINHO

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Você sempre fala como se tivesse um muro entre nós dois, um muro que você criou, um muro cheio de prepotência e arrogância. Do outro lado do muro eu te encaro encostado na parede com aquela cara de cachorro que caiu da mudança, pensando em inúmeras coisas que eu poderia te contar que te fariam quebrar o muro ou voltar com a mudança para me levar com você. Mas está ai, “MUDANÇA”. Parando agora para pensar, vai ver o problema é esse tal mudar, quem sabe você não quisesse um gato ou talvez um peixe te fizesse mais feliz que um cachorro.
  O que está acontecendo aqui? Eu quero dizer, o que é exatamente você sentir minha falta, mas não conseguir pegar um celular e me enviar uma mensagem? Por que você insiste tanto em desperdiçar todo o tempo que passamos juntos me lembrando que com 20 anos temos muito mais merda na cabeça do que em qualquer privada de banheiro público? Afinal o que falta lá fora nesse mundo que você acredita possuir em mãos, que simplesmente não encontra e que te faz voltar sempre para mim com aquele monte de palavras e frases feitas, todas programadas para serem ditas para qualquer cachorro de mudança e que faz meu semblante se contorcer buscando uma careta que expresse toda a dor de ouvir aquilo tudo já esquematizado por você?
Ainda insiste em me pedir amor, como se isso fosse algo que a gente pedisse. Como se eu por alguma escolha iria te amar incondicionalmente quando na verdade tudo que você sempre sabe fazer é me deixar para trás. Você anda pelo mundo e eu corro para tentar te acompanhar, não existe posição sexual ou sentimental que irá me fazer sentir prazer com toda corrida que isso virou que eu chamo de “isso”, porque simplesmente "isso" não tem nome.
Eu vou sentar e te explicar o motivo disso por quê? Você nunca me escuta, se pudesse me descrever, eu diria que estou mais desvalorizado que o Real. Por este e outros mil motivos que eu estou sempre indo, não me leve a mal, eu acho o máximo passar uma tarde inteira assistindo grandes clássicos do cinema, mas eu também gosto de conversar sobre música – sim aquelas merdas indies que eu escuto. Tento buscar nessa escuridão toda que você diz ser sua vida agora e não encontro nada para mim. Deve ser por isso que eu coloco a roupa e uma mentira correndo, só pra me ver longe disso tudo, desculpa, mas isso não é nem perto de ser feliz e não adianta fazer esse olhar de reprovação, isso só me afasta mais.  
Você arquiteta seus planos baseado em projetos antigos, vive dizendo que falo muito sobre o meu passado, porém tem o mesmo defeito que eu e te confesso que tenho medo que depois de três anos você tope com algum fantasma e resolva fazer um vale a pena ver de novo.  Custa você parar um pouco e olhar pra mim? Estou sempre fazendo a maioria das suas vontades, custa fazer um pouco das minhas? Não posso ser o único dando passos por aqui, mais passos ou menos passos e eu acabarei do outro lado do mundo sozinho. O cheiro de cigarro e o egocentrismo são atraentes e chamativos só até certo tempo.        
Estamos no meio de nada e alguma coisa e quando você pensar um pouco nesta perspectiva você vai notar que a “alguma coisa” é o nosso tudo, mesmo eu sabendo que nunca seremos uma espécie de para sempre. Não é sobre eu estar te deixando ir, mas sim sobre eu ser crescido e saber que cometo erros, o tempo todo, e não posso ser um na sua vida. Irei fazer o que sinto, mesmo quando o mundo tentar me quebrar ao meio.  Talvez para o meu começo você tenha que ser o meu fim, já que não consegue ouvir minha voz. Seu nome estará enterrado no mesmo lugar que está o seu amor, embora eu saiba disso ainda sento em cima da sua lápide só pra esperar o seu amor, quem sabe, voltar à vida.


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