A vida que eu inventei escrevendo

Me enchi de tristeza para fazer este texto

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Você estava lá sabe? Lá, olhando para mim, sorrindo. Mas agora eu olho para o mesmo “lá” e não te vejo mais, nunca mais te vi. Com os dias tão corridos, e os problemas, cada vez maiores e mais freqüentes nos esquecemos. Esquecemos de estarmos lá, esperarmos lá. Não temos culpa, só gastamos muito rápido esse tal amor que tínhamos.
 E com o passar dos dias eu parei de esperar, sentado já estava, resolvi levantar, sai pela porta, e não olhei pra trás. Resolvi acreditar que a vida que eu tenho aqui fora é bela e que esperar por respostas suas é doloroso demais, eu não merecia isso. Não merecia você, porque eu sou caixa fechada que se abre pra te surpreender e você é bloco de pedra, vazio, frio e não irá se abrir.
 Agora sim, aquela ansiedade morreu, ainda dói quando te vejo, a tal pontada que leva o coração, aquele chute que me faz lembrar que não estou mais com você. E agora eu não sou mais o louco, paranóico e ciumento que você conheceu, porque sentir isso não é mais como sentir isso. Derramei meu coração até não deixar nada para mim, e o que eu ganhei com isso? Um amontoado de nada, e essa expressão branca no meu rosto é como eu levo meus dias, esperando você me notar, nem que seja um pouquinho, mas sem fazer isso acontecer.
 Mas é que eu sentia saudades, eu sentia falta, era uma parte de mim. Só que você resolveu me ensinar que não é assim, todas as partes que deveriam ser minhas estão comigo, e que essa dor é psicológica e que se eu parar pra pensar não é dor é cena, e se eu forçar mais um pouquinho irei ver que não preciso de você, que eu tenho o meu coração, que tenho duas pernas e dois braços, e posso fazer isso tudo sozinho. Mas eu sou teimoso queria andar com suas pernas e enxergar com seus olhos, ah seus olhos, como eu gostava dos seus olhos, bravos, alegres, tristes, ah ainda sim eram seus olhos e não meus olhos. E é por isso que não funcionou me misturei demais e ficou difícil separar no final das coisas. O amor é uma virtude e você não irá revelar.
 Mas agora eu me enchi de tristeza para escrever isso, e de sentimentos, mesmo que tristes ainda são sentimentos, é o restinho que eu guardei. Aquele fundo doce daquele suco da jarra, enjoativo, mas ainda sim SENTIMENTOS. Eternizo-te neste texto porque quando este restinho desaparecer não restará mais nada. Exceto este texto, triste e doce, tão doce que chega a ser enjoativo, mas ainda sim, resumia o que tínhamos triste e doce que acabou ficando enjoativo demais para tomarmos.


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